domingo, 11 de novembro de 2012

Ponteiro

assisto a visão deturpada
de um dançarino alcoolizado
que por estar tão velho e perturbado
rege a mesma pobre melodia

passeia por tantos becos escuros
empurrando os idosos do abismo
provocando eternos pesadelos
nos destinos dos mais miseráveis

ele é mais veloz do que um trem
engole cada gota de vida
como se acendesse um cigarro
mesma classe, mesma discrição

o vulto de aspecto sinistro
devora as paredes das veias
com seu ácido surdo e temido
tece o mais execrável prazer

dança as trevas de modo a causar
a mais triste inquietude existente
carregando a mais bela das armas:
o seu simples tiquetaquear.

Nenhum comentário:

Postar um comentário