tragava as lembranças sujas
da porta que não mais rangia
e o relógio e o tempo passando
e a tal da caneta preta
arranhando de vez sua garganta
arranhando o seu corpo fajuto
a porta fechava em seus brônquios
que surpresa o maior desprazer
ser a perda tão brusca de tudo
aquilo que nem se queria
a porta já em seu pulmão
novamente rangia aos pedaços
escorriam vestígios vairados
de um sorriso estampado no rosto
embalou as esperanças tolas
e jogou todas elas pro alto
a porta ardia em seu corpo
que tremia um silêncio constante
transformando o rangido em fumaça
pra tentar ser fumaça também
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